“Foi uma luta grande que nós tivemos aqui”: etnogênese e territorialidade do Quilombo do Rosa, Macapá/AP

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dc.contributor.advisor1Chaveiro, Eguimar Felício
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/9540141505352914eng
dc.contributor.referee1Chaveiro, Eguimar Felício
dc.contributor.referee2Silva, Ana Cristina da
dc.contributor.referee3Ratts, Alecsandro José Prudêncio
dc.contributor.referee4Furtado, Marivania Leonor Souza
dc.contributor.referee5Safadi, Sandro de Oliveira
dc.creatorSilva, David Junior de Souza
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/4265076306351873eng
dc.date.accessioned2019-05-08T14:38:33Z
dc.date.issued2019-05-04
dc.description.abstractQuilombola communities in Amapá are undergoing a process of strengthening their identities and their political mobilization in the beginning of the 21st century. This research thematizes the identity and territorial processes that the Quilombo do Rosa lives. The theoretical reference is based on the Critical-Cultural Geography developed by Rogério Haesbaert and Alex Ratts, with the contribution of anthropological reflections on ethnicity, as Manuela Carneiro da Cunha. The methodology is based on ethnography, and the ethnographic method chosen is Marshall Sahlins' Historical Ethnography. The main demand in the process of recent territorialization lived by Quilombo do Rosa is the titling of its territory and conquest of public policies of housing and education. Ethnogenesis, the emergence of the quilombola identity, occurred in the first decade of the 21st century, when the quilombola communities of Amapá live a new scenario, especially with the arrival of public policies such as the Brasil Quilombola Program in the identification and recognition of communities remaining quilombolas. The main objective is to analyze the recent processes of identity recognition and territorialization of the Rosa community, at the beginning of the 21st century; therefore, the analysis of the process of self-identification as remaining quilombola and of the specific territorialization engendered as a result of this identification. Regarding the first aspect, its cultural identity, the Rosa community manifests itself as a remnant quilombola of Catholic religiosity. As regards the second aspect, its social and political mobilization, its origin was eminently territorial in nature: the first association was created in the community in the year 2002, after a great mobilization against ICOMI - Indústria e Comércio de Minérios S.A. As an expression of the contradictions present in the process of recognition, Rosa had to face internal resistance to self-identification as a quilombola by members of the community itself; resistance in part defeated by the group's own consensus production processes, still present today, in the consciousness of community residents still opposed to self-identification and titling of the territory as a quilombola. Both the lack of knowledge of law and law by the popular classes and the intentional production of false information by the detractors of the quilombola movement and the black movement, fueled not only by interests opposed to quilombola titling but also by racism, recognition of the Rosa, and still are in Amapá, obstacles to be faced in the direction of the full exercise of the citizenship of the communities remaining local quilombolas. Despite the dialectic of the process, the Rose has been established as a quilombo. The results of the research indicate that once the community has access to the identity and juridical category of quilombola, and once it has reappropriated its ancestry of remaining quilombola, the community, in a proper deliberative process, in an autonomous political process, engages in a process of self-recognition of identity and in a proper territorialization, on the basis of which it has mobilized and mobilized to guarantee the proper titling of its traditional territory and full access to quilombola citizenship, which for example involves access to affirmative action and education differentiated. The decisive driving force for the intentionality of the Rosa community towards self-recognition as a quilombola and the respective protection of the law were the real threats to the territory of the community experienced in the period. With regard to the relationship between ethnic recognition and territorial rights, self-recognition as a quilombola and the public positioning as such was decisive in securing the territory of the community in the face of these external threats of the period. In the dynamics of territorial disputes between the forces of capital and traditional communities, ethnic identification appears as a symbolic element that enhances political capital and legitimizes the socio-political movement of the quilombo; the ethnic identification, in a world context of politicization of the ethnicity and valorization of the ethnic citizenship, therefore, appears like decisive territorial strategy.eng
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dc.description.resumoAs comunidades quilombolas no Amapá vivem um processo de fortalecimento identitário e de sua mobilização política no início do século XXI. Esta pesquisa tematiza os processos identitários e territoriais que vive o Quilombo do Rosa. O referencial teórico baseia-se na Geografia Crítico-Cultural desenvolvidas por Rogério Haesbaert (2004) e Alex Ratts (2001), com o aporte de reflexões antropológicas sobre etnicidade, como de Manuela Carneiro da Cunha (2009). A metodologia baseia-se em etnografia, sendo o método etnográfico escolhido é da chamada Etnografia Histórica, de Marshall Sahlins (1993). A principal demanda no processo de territorialização recente vivido pelo Quilombo do Rosa é a titulação de seu território e conquista de políticas públicas de moradia e educação. A etnogênese, a emergência da identidade quilombola, deu-se na primeira década do século XXI, momento em que as comunidades quilombolas do Amapá vivem um cenário novo, especialmente com a chegada de políticas públicas como o Programa Brasil Quilombola na identificação e reconhecimento de comunidades remanescentes quilombolas. O objetivo principal é análise dos processos recentes de reconhecimento identitário e de territorialização da comunidade do Rosa, no início do século XXI; portanto, a análise do processo de auto-identificação como remanescente quilombola e da territorialização específica engendrada de forma decorrente desta identificação. No que concerne ao primeiro aspecto, a sua identidade cultural, a comunidade do Rosa manifesta-se como remanescente quilombola de religiosidade católica. No que concerne ao segundo aspecto, a sua mobilização social e política, sua origem teve caráter eminentemente de defesa territorial: a primeira associação foi criada na comunidade no ano de 2002, após uma grande mobilização realizada contra a ICOMI - Indústria e Comércio de Minérios S.A. Como expressão das contradições presentes no processo de reconhecimento, o Rosa teve de enfrentar a resistência interna à auto-identificação como quilombola por membros da própria comunidade; resistência em parte vencida, pelos processos de produção de consenso próprios do grupo, em parte presente ainda hoje, na consciência de moradores da comunidade ainda contrários à auto-identificação e titulação do território como quilombola. A produção intencional de informação falsa, movida pelos detratores do movimento quilombola e do movimento negro, alimentada não só por interesses contrários à titulação quilombola como pelo racismo, foram, no período de auto-reconhecimento do Rosa, e ainda são no Amapá, obstáculos a serem enfrentados no sentido do exercício pleno da cidadania das comunidades remanescentes quilombolas locais. Não obstante a dialeticidade do processo, o Rosa tem se firmado como quilombo. Os resultados da pesquisa indicam que uma vez tendo acesso à categoria identitária e jurídica de quilombola, e uma vez tendo se reapropriado de sua ancestralidade de remanescente quilombola, a comunidade, em um processo deliberativo próprio, num processo político autônomo, engaja-se num processo de auto-reconhecimento identitário e numa territorialização própria, com base nos quais mobilizou-se e tem se mobilizado para garantir a titulação apropriada de seu território tradicional e o acesso pleno à cidadania quilombola. Força motriz decisiva para a intencionalidade da comunidade do Rosa em direção ao auto-reconhecimento como quilombola e o amparo respectivo da lei foram as ameaças reais ao território da comunidade, experienciadas no período. No que concerne à relação entre reconhecimento étnico e direitos territoriais, o auto-reconhecimento como quilombola e o posicionamento público como tal foi decisivo para assegurar o território da comunidade face estas ameaças externas do período. Na dinâmica das disputas territoriais entre as forças do capital e as comunidades tradicionais, a identificação étnica aparece como elemento simbólico que potencializa o capital político e legitima o movimento sociopolítico protagonizado pelo quilombo; a identificação étnica, num contexto mundial de politização da etnicidade e valorização da cidadania étnica aparece como estratégia territorial decisiva.eng
dc.formatapplication/pdf*
dc.identifier.citationSilva, David Junior de Souza. “Foi uma luta grande que nós tivemos aqui”: etnogênese e territorialidade do Quilombo do Rosa, Macapá/AP. 2019. 273 f. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2019.eng
dc.identifier.urihttp://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/9587
dc.languageporeng
dc.publisherUniversidade Federal de Goiáseng
dc.publisher.countryBrasileng
dc.publisher.departmentInstituto de Estudos Socioambientais - IESA (RG)eng
dc.publisher.initialsUFGeng
dc.publisher.programPrograma de Pós-graduação em Geografia (IESA)eng
dc.rightsAcesso Aberto
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
dc.subjectMovimento Quilombolapor
dc.subjectCidadania étnicapor
dc.subjectTerritóriopor
dc.subjectMemóriapor
dc.subjectAmazôniapor
dc.subjectQuilombola movementeng
dc.subjectEthnic citizenshipeng
dc.subjectTerritoryeng
dc.subjectMemoryeng
dc.subjectBrazilian Amazoneng
dc.subject.cnpqCIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIAeng
dc.title“Foi uma luta grande que nós tivemos aqui”: etnogênese e territorialidade do Quilombo do Rosa, Macapá/APeng
dc.title.alternative"It was a great struggle that we had here": ethnogenesis and territoriality of Quilombo of Rosa, Macapá / APeng
dc.typeTeseeng

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