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http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10342
Tipo do documento: | Dissertação |
Título: | Policiais militares de Goiás: cidadania, identidade e direitos humanos |
Título(s) alternativo(s): | Military policies of Goiás: citizenship, identity and human rights |
Autor: | Arruda, Ricardo José Ramos de |
Currículo Lattes do Autor: | http://lattes.cnpq.br/7284432996080879 |
Primeiro orientador: | Machado, Vilma de Fátima |
Currículo Lattes do primeiro orientador: | http://lattes.cnpq.br/6256319627760082 |
Primeiro membro da banca: | Machado, Vilma de Fátima |
Segundo membro da banca: | Shecaira, Sérgio Salomão |
Terceiro membro da banca: | Lima, Ricardo Barbosa de |
Resumo: | Discute questões de cidadania e as propostas de direitos humanos articulando-as com a formação da Polícia Militar de Goiás e o seu caráter militarista, com o objetivo de compreender como os policiais militares de Goiás constroem sua identidade, pensam direitos humanos e elaboram suas narrativas sobre esse tema. Utiliza o método intitulado bola de neve, pelo qual um entrevistado indica outra ou outras pessoas com as quais o pesquisador entra em contato e assim sucessivamente. Foram entrevistados 14 policiais militares do Estado de Goiás, entre os quais duas eram mulheres, através da aplicação de um questionário semiestruturado produzindo entrevistas gravadas que, posteriormente, foram transcritas. As entrevistas foram feitas em locais indicados pelos entrevistados e eles foram informados de que poderiam interromper as perguntas e abandonar a entrevista a qualquer momento, mas todos permaneceram até o final. Para chegarmos aos resultados as respostas foram sistematizadas e analisadas qualitativamente. Nos resultados demonstramos que a construção de um Estado Nação autoritário no Brasil, como no restante da América Latina, marcou a construção das polícias militares como elas são atualmente. Especificamente no caso do Brasil, para a organização da estrutura militar do exército e das polícias militares, foi essencial a contratação da Missão Francesa no início do século XX, que trouxe uma visão profissional sobre como deveria ser uma polícia moderna, criou Escolas Militares e estabeleceu a padronização dos fardamentos. A partir desse período a identificação entre o exército e as polícias militares foi sendo construída, produzindo uma forte influência na construção identitária das Polícias Militares. Essa construção se dá pela profissionalização das polícias, com base em um conjunto rituais e regras que constituem uma nova relação do policial com ele mesmo e com os civis. Para os entrevistados a PMGO do presente emerge como profundamente diferenciada da PMGO do passado, colocada como despreparada. A pesquisa mostrou que o regime militar, iniciado em 1964, exacerbou a militarização como eixo das polícias militares estaduais, colocando-as sob fiscalização do exército. No decorrer das entrevistas, o militarismo apareceu vinculado ao companheirismo, à uma forma de organização mais estruturada do que aquela que existe na vida civil, passando a hierarquizar os outros aspectos da identidade do policial militar, o seu jeito de ser e sua forma de perceber o mundo. Quando o regime militar foi encerrado, as estruturas policiais se mantiveram praticamente intactas e ainda conservam muitos poderes, sem terem passado por uma real reestruturação democrática. Essas permanências se constituem num forte dificultador para uma aproximação entre as polícias militares e pesquisadores de direitos humanos, afetando o exercício pleno da cidadania, configurando uma cidadania mutilada para a maioria dos cidadãos, civis ou militares. |
Abstract: | It discusses citizenship issues and human rights proposals articulating them with the formation of the Goiás Military Police and its militaristic character, in order to understand how the Goiás military police build their identity, think human rights and elaborate their narratives about this theme. It uses the method called snowball, whereby an interviewee indicates another person or persons with whom the researcher comes in contact and so on. Fourteen military police officers from the state of Goiás, two of whom were women, were interviewed by applying a semi-structured questionnaire producing recorded interviews which were later transcribed. Interviews were conducted at locations indicated by respondents and they were informed that they could interrupt questions and leave the interview at any time, but all remained until the end. To reach the results, the answers were systematized and analyzed qualitatively. The results show that the construction of an authoritarian nation state in Brazil, as in the rest of Latin America, marked the construction of military police as they are today. Specifically in the case of Brazil, for the organization of the military structure of the army and the military police, it was essential to hire the French Mission in the early twentieth century, which brought a professional vision of what a modern police should look like, created military schools and established standardization uniforms. From that time the identification between the army and the military police was being built, producing a strong influence on the identity construction of the military police. This construction is made by the professionalization of the police, based on a set of rituals and rules that constitute a new relationship of the police with himself and with civilians. For respondents the PMGO of the present emerges as profoundly differentiated from the PMGO of the past, placed as unprepared. Research has shown that the military regime, begun in 1964, has exacerbated militarization as the axis of state military police, placing them under the supervision of the army. In the course of the interviews, militarism appeared linked to companionship, to a more structured form of organization than that existing in civilian life, starting to rank the other aspects of the military policeman's identity, his way of being and his way of perceiving the world. When the military regime was terminated, the police structures remained virtually intact and still retain many powers without undergoing real democratic restructuring. These permanencies constitute a strong obstacle for a rapprochement between military police and human rights researchers, affecting the full exercise of citizenship, constituting a mutilated citizenship for most citizens, civil or military. |
Palavras-chave: | Formação do policial militar Militarismo Narrativas Identidade Cidadania Militarism Narratives Identity Citizenship Training of the military police officer |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Goiás |
Sigla da instituição: | UFG |
Departamento: | Pró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG) |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos (PRPG) |
Citação: | ARRUDA, Ricardo José Ramos de. Policiais militares de Goiás: cidadania, identidade e direitos humanos. 2019. 150 f. Dissertação (Mestrado em Direitos Humanos) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2019. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Endereço da licença: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
URI: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10342 |
Data de defesa: | 3-Set-2019 |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Direitos Humanos (PRPG) |
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