Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/12458
Tipo do documento: | Tese |
Título: | As muitas linguagens em guerra com o português: a língua-afeto entre mulheres negras quilombolas em luta com as ideologias linguísticas no contexto universitário |
Título(s) alternativo(s): | The many languages at war with portuguese: the affection-language among black quilombola women struggling with linguistic Ideologies in the university context |
Autor: | Batista, Thaís Elizabeth Pereira |
Currículo Lattes do Autor: | http://lattes.cnpq.br/3598593932159256 |
Primeiro orientador: | Pinto, Joana Plaza |
Currículo Lattes do primeiro orientador: | http://lattes.cnpq.br/8100370294969259 |
Primeiro membro da banca: | Pinto, Joana Plaza |
Segundo membro da banca: | Keating, Maria Clara Bicudo de Azeredo |
Terceiro membro da banca: | Muniz, Kassandra da Silva |
Quarto membro da banca: | Gonçalves, Eliane |
Quinto membro da banca: | Nascimento, André Marques do |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo identificar e discutir as ideologias linguísticas (IRVINE, 1989; SILVERSTEIN, 1979) mobilizadas nas interações de jovens migrantes quilombolas universitárias por meio de recursos metapragmáticos (SILVERSTEIN, 1993; SIGNORINI, 2008) de diferenciação e hierarquização linguísticas. Partindo de um posicionamento decolonial (LUGONES, 2014; MIGNOLO, 2003; 2008) e considerando sua crítica (BISPO DOS SANTOS, 2015; RIVERA CUSICANQUI, 2010), é importante pensar a diferença colonial nas relações sociais e buscar uma produção de conhecimento a partir do pensamento liminar (MIGNOLO, 2003), empenhando-se numa prática descolonizadora para além do pensamento decolonial (RIVERA CUSICANQUI, 2010), e dialogando também com autoras e autores do sul global, negras, quilombolas e indígenas (BISPO DOS SANTOS, 2015; RIVERA CUSICANQUI, 2010; MUNIZ, 2016, QUINTILIANO, 2019), como forma de ouvir, aprender e adotar novas maneiras de fazer ciência, diminuindo os riscos da perspectiva de uma história única (ADICHIE, 2019). Como procedimento metodológico, busco a geração de dados a partir da etnografia multissituada (BRIGGS, 2007) com foco em oficinas colaborativas (BUSCH, 2010, 2012, 2017; DIAS, A, 2019; DIAS; PINTO; GONÇALVEZ, 20210) e na escolha coletiva de ferramentas para geração de dados com as participantes. A análise aponta para a intersecção entre hierarquias linguísticas e raciais (PINTO, 2018) e para a atualização e reforço de ideologias linguísticas modernas coloniais que são materializadas em metapragmáticas de várias ordens como forma de manter desigualdades e hierarquizar corpos em nossa sociedade. Aponta também para as redes de afeto e afroafeto (MCELHINNY, 2010; POVINELLI, 2016; QUINTILIANO, 2019) e esperança (AVRAMOPOULOU, 2017) como forma de resistência, reexistência (SOUZA, 2011) e enfrentamento da violência física e simbólica que o racismo estrutural impõe aos corpos não brancos no mundo ocidental. Busca-se compreender as questões colocadas a partir das categorias êmicas apresentadas pelas participantes e a análise mostra que as mulheres negras quilombolas existem e reexistem com a língua-afeto, constantemente tensionada no espaço universitário por ideologias linguísticas hegemônicas que associam um povo a uma nação e a uma língua, hierarquizando os corpos por meio de ideologias linguísticas grafocêntricas, que colocam essas mulheres em guerra com o português. Os resultados desta pesquisa mostram ainda que as redes de afroafeto (QUINTILIANO, 2019) permitem a formação de alianças entre mulheres negras quilombolas, como uma forma de aquilombar a universidade. |
Abstract: | This work aims identify and discuss linguistic ideologies (IRVINE, 1989; SILVERSTEIN, 1979) mobilized in the interactions with young quilombola university migrants, through linguistic differentiation and hierarchization metapragmatic resources (SILVERSTEIN, 1993; SIGNORINI, 2008). Starting from a decolonial positioning (LUGONES, 2014; MIGNOLO, 2003; 2008) and considering its criticism (BISPO DOS SANTOS, 2015; CUSICANQUI, 2010), I consider it important to think about the colonial difference in social relations and seek a knowledge production based on border thinking (MIGNOLO, 2003), engaging in a decolonizing practice that goes beyond decolonial thinking (CUSICANQUI, 2010), also dialoguing with authors from the global south, blacks, quilombolas and indigenous people (BISPO DOS SANTOS, 2015; MUNIZ, 2016, QUINTILIANO, 2019), as a way of listening and seeking new doing science ways, decreasing the risks of a single story (ADICHIE, 2019). As a methodological procedure, I seek the generation of data from multisituated ethnography (BRIGGS, 2007) with a focus on collaborative workshops (BUSCH, 2010, 2012, 2017; DIAS, 2019) and the collective choice of tools for data generation with the participants. The analysis points to the intersection between linguistic and racial hierarchies (PINTO, 2018) and to the updating and reinforcement of modern colonial linguistic ideologies that are materialized in metapragmatics of various orders as a way of maintaining inequalities and hierarchizing bodies in our society. It also points to the networks of affection and afroaffection (MCELHINNY, 2010; POVINELLI, 2016; QUINTILIANO, 2019) and hope (AVRAMOPOULOU, 2017) as a form of resistance, re-existence (SOUZA, 2011) and confrontation the physical and symbolic violence that structural racism imposes on non-white bodies in the Western world. It seeks to understand the questions posed from the emic categories presented by the participants and the analysis shows that black quilombola women resist and re-exist with the language-affection, constantly tensioned in the university space by hegemonic linguistic ideologies that associate a people, a nation and a language, hierarchizing bodies through graphocentric linguistic ideologies, which put these women at war with Portuguese. The results of this research show that Afroaffection networks (QUINTILIANO, 2019) allow the formation of alliances between black quilombola women, as a way of aquilombar the university. |
Palavras-chave: | Língua-afeto Ideologias linguísticas Metapragmáticas Quilombolas Racismo Language-affection Linguistic ideologies Metapragmatics Racism |
Área(s) do CNPq: | LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Goiás |
Sigla da instituição: | UFG |
Departamento: | Faculdade de Letras - FL (RG) |
Programa: | Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL) |
Citação: | BATISTA, T. E. P. As muitas linguagens em guerra com o português: a língua-afeto entre mulheres negras quilombolas em luta com as ideologias linguísticas no contexto universitário. 2022. 240 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) - Universidade Federal de Goiás,Goiânia, 2022. |
Tipo de acesso: | Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International |
Endereço da licença: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
URI: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/12458 |
Data de defesa: | 11-Abr-2022 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Letras e Linguística (FL) |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Tese - Thaís Elizabeth Pereira Batista - 2022.pdf | 3,82 MB | Adobe PDF | Baixar/Abrir |
Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons