Corpos que gingam: comunicação e persistência cultural na capoeira Angola

dc.contributor.advisor1Dias, Luciene de Oliveira
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/7270892768281076
dc.contributor.referee1Dias, Luciene de Oliveira
dc.contributor.referee2Borges, Rosane da Silva
dc.contributor.referee3Vaz, Gláucia Aparecida
dc.contributor.referee4Fernandes, Ana Rita Vidica
dc.contributor.referee5Cirqueira, Diogo Marçal
dc.creatorGomes, Elisângela
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/9006660307436079
dc.date.accessioned2023-11-01T13:22:21Z
dc.date.available2023-11-01T13:22:21Z
dc.date.issued2023-08-23
dc.description.abstractCorporeality in the African diaspora establishes new territories, albeit impermanently. It is transformed, but it also modifies the geography of cities by disputing meanings and constructions of identity. The body’s existence is based on a continuous movement to stay alive, so black corporeality can be understood as the driving force behind communication. It affirms itself through its culture, which in turn finds in the body the possibility of remaining. In this way, I seek to understand how communication is established through corporeality and presents African civilizational values in the Black Diaspora. At the beginning of each chapter, a short story presents stories heard and lived that dialog with the understanding of evaristian writing, bringing to this great circle the ginga present between theory and practice. Capoeira Angola, chosen for analysis, manifests itself centrally in the body and its reactions. Therefore, corporeality not only constitutes culture, but is also a fundamental part of its existence. The type of research was participant-based, understanding the importance of theory and practice combined. As data collection instruments, I used a script of semi-structured questions that were applied with Mestre Guaraná, Mestra Ana Maria, Ceiça Ferreira, Andresa Moreno and Juliana Cordeiro; associated with photographic, sound and audiovisual records. The composition of images was contributed by Goiás photographers and capoeiristas Juliana Cordeiro and Andresa Moreno. The search is for the possibility of seeing portraits of Capoeira Angola from Goiás made from an inside look at the experience in a movement to claim the “right to look”. I use the articulation between the body, communication and black identity elaborated by Muniz Sodré (1998; 2017), who, based on the analysis of cultural aspects such as samba and musicality, perceives the body as an affirmation of an African cultural universe. My understanding of communication is based on the contributions of Fabien Eboussi Boulaga (1977), who states that the original communication with the world lies in the act of feeling; and Ciro Marcondes Filho (2007; 2019), who interprets it as a process, an event that can occur between people or between people and objects, but even so, a rare event. The discursive practice that claims the right to look has its own techniques, and has been disseminated as a counter-visuality by Nicholas Mirzoeff (2016), a visual culture theorist. The data resulting from the collection stage was analyzed in convergence with the theoretical-methodological framework adopted. In constant dialog with communication, I bring up references based on cultural studies, covering concepts from African philosophy and sociology, black literature and visual culture. To encompass the complexity of the body, I brought in the Yoruba world concept of Cosmosensation (OYĚWÙMÍ, 2021), which understands that, in a sensory and cognitive dimension, we are integrated with nature, with the cosmos. To conceptualize culture, the perspective presented is based on an African cultural unity (DIOP, 2014), supported by the existence of a common trunk founded on African civilizational values that accompanied the African people in the Black Diaspora. I enter cultural studies from the perspective of Stuart Hall (2009), who, when scrutinizing the migration process in the Caribbean, states that there is a reunion with Afro-Caribbean traditions due to the need to make sense of the interpretative matrix and cultural self-images. With this research, it was possible to affirm that black cultural manifestations have the potential to bring together the construction of collectivities, a sense of belonging and the creation of bonds of affection, making it possible to learn and remember teachings that were “forgotten” as a survival strategy in the face of the politics of death. Its foundations present African civilizational values, which in turn are under constant threat considering the presence of structural racism, the lack of institutional recognition of the figure of Mestras and Mestres and acts of cultural appropriation and intolerance. The analysis of the images resulted in the understanding that Capoeira Angola is a space for identity formation and recognition of corporeality and has the potential to transform the gaze of its practitioners, so the images recorded by the photographers reconstitute historical images, generating an imagetic representation based on respect, affection, dignity and protagonism of black people. I conclude that black corporeality is not at the service of visuality, and by proposing other possibilities for recording, they provide an opportunity to create new memories of black corporeality.eng
dc.description.provenanceSubmitted by Marlene Santos (marlene.bc.ufg@gmail.com) on 2023-10-31T20:35:27Z workflow start=Step: editstep - action:claimaction No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: 4460e5956bc1d1639be9ae6146a50347 (MD5) Tese - Elisângela Gomes - 2023.pdf: 60419187 bytes, checksum: 0cb7bd1c4f6d41aeaad49cee37c3f477 (MD5)en
dc.description.provenanceStep: editstep - action:editaction Approved for entry into archive by Luciana Ferreira(lucgeral@gmail.com) on 2023-11-01T13:22:21Z (GMT)en
dc.description.provenanceMade available in DSpace on 2023-11-01T13:22:21Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: 4460e5956bc1d1639be9ae6146a50347 (MD5) Tese - Elisângela Gomes - 2023.pdf: 60419187 bytes, checksum: 0cb7bd1c4f6d41aeaad49cee37c3f477 (MD5) Previous issue date: 2023-08-23en
dc.description.resumoA corporeidade na diáspora africana firma novos territórios, mesmo que de maneira impermanente. Transforma-se, mas também modifica a geografia das cidades ao disputar significações e construções identitárias. A existência do corpo se dá por um movimento contínuo para manter-se vivo, portanto, a corporeidade negra pode ser entendida como motriz da comunicação. Ela se afirma por meio de sua cultura, que por sua vez, encontra no corpo a possibilidade de permanecer. Sendo assim, busco compreender como a comunicação se estabelece pela corporeidade e presentifica os valores civilizatórios africanos na Diáspora Negra. No início de cada capítulo uma escrita em formato de conto-crônica apresenta histórias ouvidas e vividas que dialogam com o entendimento de escrevivência evaristiana, trazendo para essa grande roda a ginga presente entre teoria e prática. A Capoeira Angola, escolhida para análise, manifesta-se com centralidade no corpo e em suas reações. Portanto, a corporeidade não só constitui a cultura, como também é parte fundamental para a sua existência. O tipo de pesquisa foi participante compreendendo a importância da teoria e prática aliadas. Como instrumentos de coleta de dados, utilizei o roteiro de perguntas semiestruturadas que foram aplicadas com Mestre Guaraná, Mestra Ana Maria, Ceiça Ferreira, Andresa Moreno e Juliana Cordeiro; associado a registros fotográficos, sonoros e audiovisuais. A composição de imagens teve contribuições das fotógrafas goianas e capoeiristas Juliana Cordeiro e Andresa Moreno. A busca é pela possibilidade de ver retratos da Capoeira Angola goiana feitos a partir de um olhar de dentro da experiência em um movimento de reivindicar o “direito de olhar”. Emprego a articulação entre corpo, comunicação e identidade negra elaborada em Muniz Sodré (1998; 2017), que a partir da análise de aspectos culturais, como o samba e a musicalidade, percebe o corpo como afirmação de um universo cultural africano. O entendimento de comunicação que utilizo parte das contribuições de Fabien Eboussi Boulaga (1977) ao afirmar que a comunicação original com o mundo reside no ato de sentir; e de Ciro Marcondes Filho (2007; 2019), que a interpreta como um processo, um acontecimento que pode ocorrer entre pessoas ou entre pessoas e objetos, mas ainda assim, um acontecimento raro. A prática discursiva que reivindica o direito de olhar tem suas próprias técnicas, e foi difundida como uma contravisualidade, por Nicholas Mirzoeff (2016), teórico da cultura visual. Os dados resultantes da etapa de coleta foram analisados em convergência com o referencial teórico-metodológico adotado. Em diálogo constante com a comunicação, trago à baila referências com base nos estudos culturais, abarcando conceitos da filosofia e da sociologia africana, literatura negra e cultura visual. Para abranger a complexidade do corpo, trouxe a concepção de mundo iorubana da Cosmosensação (OYĚWÙMÍ, 2021), pois esta compreende que, em uma dimensão sensorial e cognitiva estamos integradas à natureza, ao cosmo. Para conceituar cultura, a perspectiva apresentada tem por fundamento uma unidade cultural africana (DIOP, 2014), amparada na existência de um tronco comum alicerçado em valores civilizatórios africanos que acompanharam o povo africano na Diáspora Negra. Adentro os estudos culturais a partir da perspectiva de Stuart Hall (2009), que ao esmiuçar o processo de migração no Caribe, afirma que há um reencontro com as tradições afro-caribenhas pela necessidade de conferir sentido à matriz interpretativa e às autoimagens culturais. Com essa pesquisa foi possível afirmar que as manifestações culturais negras têm o potencial aglutinador de construção de coletividades, do sentido de pertencimento e de criação de laços de afeto possibilitando o aprendizado e o rememoramento de ensinamentos que foram “esquecidos” como estratégia de sobrevivência diante das políticas de morte. Seus fundamentos de base presentificam os valores civilizatórios africanos, que por sua vez estão sob constante ameaça considerando a presença do racismo estrutural, da falta de reconhecimento institucional da figura das Mestras e dos Mestres e dos atos de apropriação cultural e intolerância. A análise das imagens resultou na compreensão de que a Capoeira Angola é um espaço de formação de identidade e de reconhecimento da corporeidade e tem o potencial de transformar o olhar de suas praticantes, portanto as imagens registradas pelas fotógrafas reconstituem as imagens históricas gerando uma representação imagética pautada no respeito, afeto, dignidade e protagonismo das pessoas negras. Concluo que a corporeidade negra não está à serviço da visualidade, e ao propor outras possibilidades de registros, oportunizam a criação de novas memórias das corporalidades negras.
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
dc.identifier.citationGOMES, E. Corpos que gingam: comunicação e persistência cultural na capoeira Angola. 2023. 229 f. Tese (Doutorado em Comunicação) - Faculdade de Informação e Comunicação, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2023.
dc.identifier.urihttp://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/13115
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal de Goiás
dc.publisher.countryBrasil
dc.publisher.departmentFaculdade de Informação e Comunicação - FIC (RMG)
dc.publisher.initialsUFG
dc.publisher.programPrograma de Pós-graduação em Comunicação (FIC)
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 Internationalen
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
dc.subjectComunicaçãopor
dc.subjectCapoeira Angolapor
dc.subjectCulturapor
dc.subjectContravisualidadepor
dc.subjectEscrevivênciapor
dc.subjectCommunicationeng
dc.subjectCultureeng
dc.subjectContravisualityeng
dc.subjectWritingeng
dc.subject.cnpqCIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO
dc.titleCorpos que gingam: comunicação e persistência cultural na capoeira Angola
dc.title.alternativeBodies that gingam: communication and cultural persistence in capoeira Angolaeng
dc.typeTese

Arquivos

Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
Tese - Elisângela Gomes - 2023.pdf
Tamanho:
57.62 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Licença do Pacote
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
license.txt
Tamanho:
1.71 KB
Formato:
Item-specific license agreed upon to submission
Descrição: