A sensibilidade do analista na clínica do traumático

dc.contributor.advisor1Burgarelli, Cristóvão Giovani
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/7094012821984177
dc.contributor.referee1Burgarelli, Cristovao Giovani
dc.contributor.referee2Lima, Priscilla Melo Ribeiro de
dc.contributor.referee3Kupermann, Daniel
dc.creatorRibeiro, Nayara Aguiar Martins
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/7557329475792626
dc.date.accessioned2025-03-07T20:57:36Z
dc.date.available2025-03-07T20:57:36Z
dc.date.issued2024-10-30
dc.description.abstractThis study addresses the role of the analyst's sensitivity in the clinic of trauma. Connected to the field of affections, it is a complex issue that moves poets, philosophies, and psychology in the challenging task of giving it contours. In psychoanalysis, the affective world of hysterics allowed the emergence of an unconscious knowledge to which Freud was sensitive in his listening. Important at its inception, the relationship between affection and trauma marked the beginning of analytic practice. While Freud initially focused on this relationship and later moved towards other understandings throughout the stages of his theory, we demonstrate that Ferenczi, a first-generation analyst, revisited the issue of affection within the gaps of Freudian thought and reintroduced the problem of trauma into psychoanalysis, inaugurating a new clinical sensitivity. By insisting on continuing what Freud had seemingly deviated from, Ferenczi provoked a rupture in the Freudian movement and relaunched this issue in his own way, grounded in clinical experience with traumatized patients. We adopt his perspective in this theoretical-conceptual work, which aims to foster a dialogue between contributions on the subject while investigating the concepts of trauma and affection in Freud and Ferenczi, in order to tension and rethink their constructions in developing the notion of the analyst's sensitivity. We begin by addressing the question of trauma, reviewing its traces in Freudian thought and moving toward the tempo of Ferenczi’s traumatogenesis, highlighting the outline of a clinic distinct from that of neuroses: the clinic of trauma. As a result of this initial exploration, Freud’s foundational principles supporting the clinic of neuroses were revisited, focusing on the notion of transference as the central element of affection, alongside the analyst's abstinence and neutrality. Building on these foundations, we proceeded with an investigation into Ferenczi's field, identifying the notion of empathy as the gateway to recognizing affections within the analytic field and as a fundamental element in developing a clinical sensitivity for the psychoanalyst. As a result of this investigation, and considering concerns about the possibility of the analytic space reproducing the environment that previously traumatized, we relate the retraumatizing potential of analysis to Ferenczi's notion of infantile tenderness. When overlooked in the trauma situation, this tenderness reveals the insensitivity of the adult world to the conditions and needs of the child. Therefore, we find in the analyst's sensitivity the condition to remain open, receptive, and available to be affected by the clinical encounter, thus supporting the act of waiting for the patient’s process to unfold. We consider this sensitivity to be a fundamental measure in the clinic of trauma. However, it has also become necessary to think of it as a challenge within the context of the analyst's training – a crossroads through which the aesthetic dimension of psychoanalysis can be paved.eng
dc.description.resumoTrata-se de um estudo que versa sobre o lugar da sensibilidade do analista na clínica do traumático. Ligada ao campo dos afetos, é uma problemática que movimenta poetas, filosofias e a psicologia na tarefa desafiadora de dar-lhe contornos. Na psicanálise, o mundo afetivo das histéricas possibilitou emergir um saber inconsciente ao qual Freud foi sensível em sua escuta. Importante no seu começo, a relação entre o afeto e o trauma marcou o início da prática analítica. Se a princípio Freud se ocupou dela e partiu em direção a outros entendimentos nas fases de sua teoria, demonstramos que Ferenczi foi um analista da primeira geração que retoma entre as fendas do pensamento freudiano a questão do afeto e reinscreve a problemática do trauma na psicanálise, inaugurando uma outra sensibilidade clínica. Ao insistir na continuidade do que Freud aparentemente havia se desviado, Ferenczi provoca uma descontinuidade no movimento freudiano e relança ao seu modo essa problemática, fundamentado na experiência clínica com os analisandos traumatizados. Adotamos sua perspectiva neste trabalho teórico-conceitual, que se propõe a promover um diálogo entre as contribuições sobre a temática na medida em que investiga os conceitos de trauma e afeto em Freud e Ferenczi, a fim de tensionar e pensar suas construções na elaboração da noção de sensibilidade do analista. Temos como ponto de partida a questão do trauma, revisando suas marcas no pensamento freudiano em direção ao compasso da traumatogênese de Ferenczi, evidenciando o delineamento de uma clínica diversa ao que concerne às neuroses, a clínica do traumático. Como efeito dessa primeira busca, foram revisadas em Freud as bases que sustentaram a clínica das neuroses no qual elegemos na noção de transferência como o mote da questão do afeto, ao lado da abstinência e neutralidade do analista. A partir dessas construções, seguimos com a investigação no campo ferencziano, encontrando na noção de empatia a porta de entrada para o reconhecimento dos afetos no campo analítico e um elemento fundamental na elaboração de uma sensibilidade clínica do psicanalista. Como resultante dessa investigação, considerando a inquietação quanto à possibilidade de o espaço analítico reproduzir o ambiente que anteriormente traumatizou, relacionamos o potencial retraumatizador da análise à noção de ternura infantil pensada por Ferenczi, que ao ser desconsiderada na situação trauma, evidencia a insensibilidade do mundo adulto às condições e necessidades infantis. Por isso, encontramos na sensibilidade do analista a condição dele em estar aberto, receptivo e disponível a ser afetado pelo encontro clínico, podendo sustentar o gesto de aguardar o tempo do processo dos analisandos. Consideramos ser ela uma medida fundamental na clínica do traumático, tornando-se necessário, também, pensá-la como um desafio no contexto das formações do analista – uma encruzilhada pela qual a dimensão estética da psicanálise pode ser pavimentada.
dc.identifier.citationRIBEIRO, N. A. M. A sensibilidade do analista na clínica do traumático. 2024. 174 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2024.
dc.identifier.urihttp://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/13909
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal de Goiás
dc.publisher.countryBrasil
dc.publisher.departmentFaculdade de Educação - FE (RMG)
dc.publisher.initialsUFG
dc.publisher.programPrograma de Pós-graduação em Psicologia (FE)
dc.rightsAcesso Aberto
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
dc.subjectPsicanálisepor
dc.subjectTraumapor
dc.subjectAfetopor
dc.subjectSensibilidadepor
dc.subjectFreud e Ferenczipor
dc.subjectPsychoanalysiseng
dc.subjectTraumaeng
dc.subjectAffectioneng
dc.subjectSensitivityeng
dc.subjectFreud and Ferenczieng
dc.subject.cnpqCIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
dc.titleA sensibilidade do analista na clínica do traumático
dc.title.alternativeThe sensitivity of the analyst in the trauma cliniceng
dc.typeDissertação

Arquivos

Pacote Original

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
Dissertação - Nayara Aguiar Martins Ribeiro - 2024.pdf
Tamanho:
3.58 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format

Licença do Pacote

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
license.txt
Tamanho:
1.71 KB
Formato:
Item-specific license agreed upon to submission
Descrição: