Espacialização da infraestrutura urbana em ambientes metropolitanos – o caso de Trindade, entre 2010 e 2015

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Data

2016-01-18

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Universidade Federal de Goiás

Resumo

A questão metropolitana no Brasil ganhou destaque nos estudos de geografia urbana nas últimas décadas. Temáticas como mobilidade intrametropolitana, habitação e saneamento básico são alguns temas constantemente debatidos. É muito comum iniciar esse tipo de análise pela centralização e polarização de equipamentos e recursos do núcleo metropolitano em detrimento às dinâmicas socioespaciais que ocorrem nos municípios periféricos. A Região Metropolitana de Goiânia não foge à característica centralizadora e polarizadora dos núcleos metropolitanos brasileiros. Esse perfil de organização socioespacial reverbera em outras tendências, como valorização do solo urbano de suas áreas centrais, insuficiência de estoques de áreas rurais para fins de parcelamento, ou de construção de habitações populares. Essa dinâmica não reflete impactos apenas em Goiânia, uma vez que, inicialmente, os municípios limítrofes recebem a função de saldar as demandas habitacionais do núcleo metropolitano, potencializando assim, o surgimento de novas demandas relacionadas à infraestrutura e serviços. No município de Trindade esse processo ganhou evidência a partir da década de 1970, com o início da conurbação da área leste municipal (Trindade II), com a área oeste de Goiânia, exemplo da implantação dos setores Maysa, Setor dos Bandeirantes e de muitos outros setores na década de 1990, a exemplo do Jardim Ipanena, Setor Renata Park e Conjunto Dona Iris I. A GO 060 contribui para o crescimento dessa área conurbada, uma vez que potencializava os deslocamentos cotidianos. No decorrer da pesquisa se observou uma dinâmica muito comum nesses setores: a negligência do poder público municipal diante das demandas da população. Alguns impasses identificados a partir de dados do censo do IBGE de 2010 na área conurbada são, na sua maioria, vinculados à falta de infraestrutura urbana, a exemplo de pavimentação asfáltica, escoamento pluvial, rede de água, dentre outros. Comparando com o núcleo original do município, percebe-se que o Trindade II é omitido pela gestão municipal. Essa afirmativa se confirma a partir da espacialização dos equipamentos de consumo coletivo e dos serviços. Enfim, nota-se claramente um processo de fragmentação sociopolítica do território, impulsionada, sobretudo, pela desintegração das funções públicas de interesse comum mencionadas na legislação metropolitana da RMG. Esse processo gera ainda na malha urbana conurbada à Goiânia (Trindade II) o que denominamos de “tecido urbano duplamente periférico”, uma vez que é negligenciado tanto pela gestão municipal de Trindade quanto de Goiânia, muito embora salde suas demandas por habitação.

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Citação

VIANA, J. L. R. Espacialização da infraestrutura urbana em ambientes metropolitanos – o caso de Trindade, entre 2010 e 2015. 2016. 131 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2016.