“Aquela exposição conta a história da origem dos maíra, dos brancos”: uma etnografia das narrativas arqueológicas na exposição Goiás: 11 mil anos do IPHAN-GO
| dc.contributor.advisor1 | Wichers, Camila Azevedo de Moraes | |
| dc.contributor.advisor1Lattes | http://lattes.cnpq.br/1268440854810735 | |
| dc.contributor.referee1 | Wichers, Camila Azevedo de Moraes | |
| dc.contributor.referee2 | Filgueira, Andre Luiz de Souza | |
| dc.contributor.referee3 | Cabral, Mariana Petry | |
| dc.creator | Araujo, Matheus Martins de | |
| dc.creator.Lattes | http://lattes.cnpq.br/3388871996538152 | |
| dc.date.accessioned | 2025-09-22T13:26:13Z | |
| dc.date.available | 2025-09-22T13:26:13Z | |
| dc.date.issued | 2025-06-24 | |
| dc.description.abstract | This dissertation presents an ethnographic study of the archaeological narratives featured in the exhibition Goiás: 11 mil anos, organized by IPHAN Goiás, with the aim of understanding how the exhibition discourse constructs meanings about the “archaeological past” of the territory of Goiás. Through an ethnographic approach and a critical perspective on science, the research analyzes how materialities and discourses are organized within the exhibition space, problematizing which narratives are legitimized and which voices—especially those of Indigenous and Afro-descendant peoples—are silenced. The study is based on the hypothesis that archaeological exhibitions such as this one reinforce hegemonic perspectives and marginalize historically excluded groups (Moraes Wichers, 2023, in press). To challenge this model, the research draws on intercultural (Kopenawa, 2019; Baniwa, 2022) and decolonial (Ballestrin, 2013; Gonzalez, 2018; Kilomba, 2020) frameworks, as well as on studies focused on debates surrounding archaeological practice and narrative construction (Barreto, 1999– 2000; Bezerra, 2012; Cabral, 2014), in order to reflect on the musealization of archaeology. Central to this analysis is the use of the concept of the “authorized heritage discourse” (Smith, 2021), which supports a critical examination of curatorial choices. The methodology combines analysis of the exhibition discourse with a sensitive and situated ethnography, highlighting the co-authored writing with Samuel Tapirapé, an Indigenous friend and fellow master's student, during a family visit to the exhibition. As an interpretive methodological resource, “interpretive images” and visual mosaics were developed, contributing to a deeper reading of the symbolic and ideological layers of the archaeological and heritage discourse. The results reveal the erasure of plural narratives that diverge from the dominant “scientific” model, while also exposing fractures within the colonial discourse through the presence and actions of Indigenous subjects who challenge the linearity of a “single story.” The study concludes that the musealization of archaeology in Goiás and in Brazil requires more symmetrical, ethical, and intercultural approaches—ones that value traditional knowledge, multiple memories and cosmologies, and are committed to building truly democratic and decolonial exhibitions. | eng |
| dc.description.resumo | Esta dissertação realizou uma etnografia das narrativas arqueológicas presentes na exposição Goiás: 11 mil anos, promovida pelo IPHAN Goiás, com o objetivo de compreender como o discurso expositivo constrói sentidos sobre o “passado arqueológico” do território goiano. A partir de uma abordagem etnográfica e crítica da ciência, analisou-se como as materialidades e os discursos são organizados no espaço expositivo, problematizando quais narrativas são legitimadas e quais vozes – especialmente as de povos indígenas e afrodescendentes – são silenciadas. A pesquisa parte da hipótese de que exposições arqueológicas, como essa, reforçam visões hegemônicas e marginalizam povos historicamente excluídos (Moraes Wichers, 2023, no prelo). Para tensionar esse modelo, a pesquisa mobiliza referenciais interculturais (Kopenawa, 2019; Baniwa, 2022) e decoloniais (Ballestrin, 2013; Gonzalez, 2018; Kilomba, 2020), bem como estudos acerca dos debates em torno da prática arqueológica e construção das narrativas (Barreto, 1999-2000; Bezerra, 2012; Cabral, 2014) a fim de refletir sobre a musealização da arqueologia. Destaca-se nesse viés o uso do conceito de “discurso autorizado do patrimônio” (Smith, 2021), com vistas à análise crítica das escolhas curatoriais. A metodologia combina análise do discurso expositivo com etnografia sensível e situada, destacando-se a escrita compartilhada com Samuel Tapirapé, amigo indígena Apyãwa e colega de mestrado, durante uma visita à exposição com sua família. Como recurso metodológico interpretativo, foram elaboradas “imagens interpretativas” e mosaicos visuais, que contribuíram para aprofundar a leitura das camadas simbólicas e ideológicas do discurso arqueológico e patrimonial. Os resultados revelam o apagamento de narrativas plurais que destoam do modelo “científico” hegemônico, ao mesmo tempo em que evidenciam fissuras no discurso colonial a partir da atuação de sujeitos indígenas, que tensionam a linearidade da “história única”. Conclui-se que a musealização da arqueologia em Goiás e no Brasil demanda abordagens mais simétricas, éticas e interculturais, comprometidas com a valorização dos conhecimentos tradicionais, das múltiplas memórias e cosmologias, e com a construção de exposições verdadeiramente democráticas e decoloniais. | |
| dc.identifier.citation | ARAUJO, M. M. “Aquela exposição conta a história da origem dos maíra, dos brancos”: uma etnografia das narrativas arqueológicas na exposição Goiás: 11 mil anos do IPHAN-GO. 2025. 213 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2025. | |
| dc.identifier.uri | https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/14721 | |
| dc.language | Português | por |
| dc.publisher | Universidade Federal de Goiás | por |
| dc.publisher.country | Brasil | por |
| dc.publisher.department | Faculdade de Ciências Sociais - FCS (RMG) | |
| dc.publisher.initials | UFG | por |
| dc.publisher.program | Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (FCS) | |
| dc.rights | Acesso Aberto | |
| dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ | |
| dc.subject | Exposição | por |
| dc.subject | Musealização da arqueologia | por |
| dc.subject | Narrativas arqueológicas | por |
| dc.subject | Etnografia | por |
| dc.subject | Colonialidade | por |
| dc.subject | Exhibition | eng |
| dc.subject | Musealization of archaeology | eng |
| dc.subject | Archaeological narratives | eng |
| dc.subject | Ethnography | eng |
| dc.subject | Coloniality | eng |
| dc.subject.cnpq | CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA | |
| dc.title | “Aquela exposição conta a história da origem dos maíra, dos brancos”: uma etnografia das narrativas arqueológicas na exposição Goiás: 11 mil anos do IPHAN-GO | |
| dc.title.alternative | “That exhibition tells the story of the origin of the maíra, of the whites”: an ethnography of the archaeological narratives in the exhibition Goiás: 11 thousand years by IPHAN-GO | eng |
| dc.type | Dissertação |