Dissonância musical em Nietzsche e Adorno

dc.contributor.advisor1Santoro, Thiago Suman
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/0412836563259361eng
dc.contributor.referee1Santoro, Thiago Suman
dc.contributor.referee2Burnett Júnior, Henry Martin
dc.contributor.referee3Vecchia, Ricardo Bazílio Dalla
dc.creatorGoulart, Marcelo Tannus
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/9880682836035534eng
dc.date.accessioned2020-01-13T12:59:47Z
dc.date.issued2019-11-20
dc.description.abstractWe intend to investigate the role of musical dissonance in the philosophies of Nietzsche and Adorno, with special attention to the works The birth of tragedy and Philosophy of new music. Both philosophers witnessed a period of great radicalization in the use of dissonances in music, and both valued them, beyond their sonorous aspect, as privileged figures to the interpretation of existence. Despite the great distance from the young Nietzsche's conceptions to those of Adorno - roughly from a tragic and existential perspective in Nietzsche to a more psychosocial view in Adorno - it can be said that both, in their philosophies, attributed to dissonance the role of bearers of what is most desirable to man. For the Nietzsche of The birth of tragedy, dissonance, in both Wagner's Germany and tragic Greece, would enable the listener to sense the “superior pleasure” of his fusion with the totality of nature and, at the same time, to affirm the illusory character of permanence of the individuals. Thus, dissonances would condense the “monstrous alliance” between the dionysian and apollonian experiences, a co-presence pointed out as the most remarkable among the effects of the tragedy, which would have allowed the ancient Greeks to rise to the “splendid blend” of perfection. Not surprisingly, the work that Nietzsche elects as a role model for the resurrection of tragedies in modernity, for making that double stimulus of “tragic effect” possible again, is Wagner’s Tristan and Isolde, whose unresolved dissonances opened the door to atonal music. And here we meet Theodor Adorno. In his Philosophy of new music, Adorno gives dissonance an expressly utopian meaning, albeit in a negative way: with the passage from free atonality to twelve-tone music, the expressive role previously reserved for dissonance becomes the principle of construction, but in that transition, says the philosopher, “its negativity remains true to utopia: it includes within itself the concealed consonance”. But while the predominance of such sonorities in “new music” opposed the ideological, false character of the harmonious appearance of total society, Adorno realizes that the increasing rigidity of the twelve-tone technique led to a gradual neutralization of that liberating capacity, proper to dissonance, to accommodate and keep as differentiated the individual sounds. Thus, because it was not immune to the most regressive trends in society, present for example in Stravinsky's music, even the most conscious music, represented by the Schoenberg School, could petrify and sink. To make a brief comparison between the conceptions of the two philosophers, we would venture to suggest that, if in the interpretation of the young Nietzsche dissonance entails an unlikely conjunction between illusion and truth, in that proposed by Adorno converge, in its turn, the real and the possible; if in Nietzsche such sonorous derangements also make the listener “sense” the pleasure of reintegrating into nature, in Adorno they would keep alive the promise of happiness, but also the painful awareness that such a promise is broken.eng
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dc.description.resumoPretende-se investigar o papel da dissonância musical nas filosofias de Nietzsche e Adorno, com atenção especial às obras O nascimento da tragédia e Filosofia da nova música. Ambos os filósofos presenciaram um período de grande radicalização no uso das dissonâncias na música, e ambos as valorizaram, para além de seu aspecto sonoro, como figuras privilegiadas de interpretação do mundo. Apesar da evidente distância das concepções do jovem Nietzsche para as de Adorno – grosso modo, de uma perspectiva trágico-existencial em Nietzsche para um viés mais psicossocial em Adorno -, é possível dizer que ambos, em suas filosofias, atribuíram às dissonâncias o papel de portadoras do que há de mais desejável para o homem. Para o Nietzsche de O nascimento da tragédia, a dissonância, tanto na Grécia trágica como na Alemanha de Wagner, possibilitaria ao ouvinte pressentir o “prazer superior” de sua fusão com a totalidade da natureza e, ao mesmo tempo, afirmar o caráter ilusório da permanência dos indivíduos. Com isso, as dissonâncias condensariam a “monstruosa aliança” entre as experiências dionisíaca e apolínea, uma co-presença apontada como o mais notável entre os efeitos da tragédia, e que teria permitido aos antigos gregos elevarem-se à “esplêndida mescla” da perfeição. Não por acaso, a obra que Nietzsche elege como modelo para a ressurreição das tragédias na modernidade, por novamente possibilitar o duplo estímulo do “efeito trágico”, é Tristão e Isolda, de Wagner, cujas dissonâncias irresolvidas abriram as portas para a atonalidade. E aqui nos encontramos com Theodor Adorno. Em sua Filosofia da nova música, Adorno confere à dissonância um significado expressamente utópico, ainda que de forma negativa: com a passagem da atonalidade livre ao dodecafonismo, o papel expressivo antes reservado às dissonâncias converte-se em princípio de construção, mas nessa passagem, diz o filósofo, “sua negatividade se mantém fiel à utopia e encerra em si a consonância tácita”. Embora a predominância de tais sonoridades na chamada nova música se opusesse ao caráter ideológico, falso, da aparência harmoniosa da sociedade total, Adorno percebe que a crescente rigidez da técnica dodecafônica levava a uma gradativa neutralização daquela capacidade libertadora, própria às dissonâncias, de acolher os sons individuais e mantê-los como diferenciados. Assim, por não estar imune às mais regressivas tendências da sociedade, presentes por exemplo na música de Stravinsky, mesmo a música mais consciente, representada pela escola de Schoenberg, poderia petrificar-se e naufragar. Para fazer uma breve comparação entre as concepções dos dois filósofos, arriscaríamos sugerir que, se na interpretação do jovem Nietzsche a dissonância comporta uma improvável conjunção entre ilusão e verdade, naquela proposta por Adorno convergem, por sua vez, o real e o possível; se em Nietzsche tais desagregações sonoras fazem o ouvinte também “pressentir” o prazer de reintegrar-se à natureza, em Adorno elas mantém viva a promessa de felicidade, mas também a consciência dolorosa de que tal promessa é quebrada.eng
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESeng
dc.formatapplication/pdf*
dc.identifier.citationGOULART, Marcelo Tannus. Dissonância musical em Nietzsche e Adorno. 2019. 132 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2019.eng
dc.identifier.urihttp://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10293
dc.languageporeng
dc.publisherUniversidade Federal de Goiáseng
dc.publisher.countryBrasileng
dc.publisher.departmentFaculdade de Filosofia - FAFIL (RG)eng
dc.publisher.initialsUFGeng
dc.publisher.programPrograma de Pós-graduação em Filosofia (FAFIL)eng
dc.rightsAcesso Aberto
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
dc.subjectDissonância musicalpor
dc.subjectFilosofia da músicapor
dc.subjectNietzschepor
dc.subjectAdornoeng
dc.subjectPhilosophy of musiceng
dc.subjectNietzscheeng
dc.subjectAdornoeng
dc.subjectMusical dissonanceeng
dc.subject.cnpqCIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAeng
dc.titleDissonância musical em Nietzsche e Adornoeng
dc.title.alternativeMusical dissonance in Nietzsche and Adornoeng
dc.typeDissertaçãoeng

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